terça-feira, 19 de maio de 2009
Eu sou minha companhia favorita, eu faço minha própria insensatez, me deixo ao esmo, às vezes, igual vocês. Mas garanto, tenho muito mais a oferecer.
Por isso deixei meu cabelo despenteado e me ofereci um salto baixo. Mas eu continuo sem conseguir parar de repetir o pedido de desculpa desmerecido que eu queria dar de aniversário.
E agora, recorto os sorrisos que aparecem nas velhas fotos e guardo-os. Inclusive das 3x4. Dos 10 aos 17 anos. O vazio nos lábios faz lembrar que talvez eu não tenha nada pra falar...
Vou agora colar os pedaços de risos sobre a boca dessas fotos novas, e assim, de tanto admirar, começo até acreditar na ilusão dos meus dentes se entreabrindo de par em par.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Not today; Another day.
Postado por Ju às 8:46 PM 0 comentáriosSe algum dia se sentir confuso e não souber porque exatamente o vento bate, derruba tudo e você gosta, eu descobri o segredo. E ele é mais simples do que todas as razões que eu tentei encontrar pra descobrir porque essa necessidade tão grande de tirar pedaços de você pra me completar, mais simples do que todas as razões que você tem pra arrancar pedaços de mim pra se sentir mais completo. Ele foge do marasmo e preenche essa voluptuosidade que a gente sente, essa mania de cavar mais e mais pra ver se encontra um algo que finalmente sacie essa busca. O segredo é simples e lógico, dessa vez a gente tinha alguém pra caminhar junto. A gente sempre vê essa luzinha, que instiga a gente porque sabemos que existe mais um fundo no fundo, que nos impede de viver na superfície... E é essa luz, que alimenta nós dois, que me deixa sem entender o que a gente tá fazendo de errado pra de repente sentir um terremoto entre nossos pés e enlouquecer. Eu só sei que até dessa loucura eu vivo mais... E enquanto a gente permanecer nessa busca pelo ser-inteiro, eu ainda vou comer o máximo de você que eu puder.
sábado, 9 de maio de 2009
Aliás, meu caralho já cansou de cansar. É isso, tá acabado. Já não te suporto mais, guria. Você me dá muito gasto, prejuízo. Consome minha comida, consome minha paciência. Você me deixa fodido, é isso, você fode com a minha vida, com meu cartão de crédito, com tudo, menos comigo! Comigo! Pô, quer saber? Vai procurar alguém puro, virgem, imaculado, sei lá. Vai namorar a sandy! Não me procura mais. Se me ver na rua, me poupa de bom-dia, tchau ou até mais tarde...
Já não agüento mais essa sua cara de vadia. E... E é isso mermo! Cabou. Me esquece, falou? Não fica mau, de boa, não fica. Tipo se... Sei lá, se apesar de tudo tu ainda quiser ficar comigo... Hum, meu mozinho... Pára de pegar no meu pé, e aprende a pegar no meu pau.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Tita
Postado por Ju às 10:53 AM 0 comentáriosA Tita era a projeção material de tudo que eu queria ser na vida. Foi ela quem me ensinou a ser mais bondosa, paciente, tranqüila, a sorrir mais, a ser gentil (e me ensinou que na luta pelo salame, pelo chocolate e pelo sorvete é cada um por si).
A Tita era sempre encontrada no sofá da minha casa, na cama de alguém e no calor estirada em alguma superfície gelada, com a barriga pra cima. Não importava o quanto você chamasse por ela nesses momentos, o descanso era o ápice da vida dela e devia ser respeitado, se eu fosse atrás, ela sorria.
A Tita era louca por doce! Sorvete, bala, chicletes, bolo, brigadeiro, jujuba, caramelo, chocolate. E não é mentira quando eu digo que ela fazia o impossível pra conseguir tudo isso... Ainda me lembro do dia que eu fiquei sem ovos de páscoa.
Mas o mais legal sobre a Tita foi que ela foi minha companheira por anos e anos da minha vida. Eu sentia que ela sabia quando eu estava triste, deitava comigo e me lambia o rosto. Ela sabia principalmente quando eu tava feliz, porque ela sempre se saía bem nessas horas. Convivendo todos esses dias com ela, tive certeza que ela entendia o que a gente dizia.
Mas faz um ano que a Tita se foi. Em um mundo que fosse bom pra se viver cachorro tinha pílula pra viver mais 80 anos! Ela foi um dos meus amores mais verdadeiros, mais sem arrependimentos, minha dedicação mais recíproca. E é engraçado dizer isso, porque se trata de um cachorro, mas quando eu lembro dela, eu lembro do que vim fazer nesse mundo.
sábado, 2 de maio de 2009
Faltou um romance, uma comédia, uma ação no meio desse drama... Pra fingir que funcionou com uma trilha sonora bacana.
Ah, e de pensar que a trilha sonora era tudo que tínhamos, e no entanto não foi só isso que ficou, ficou uma vontade de ter amor pra se contar uma história, mas no entanto, nós só temos esse texto e um pretexto para não ter de dizer que acabou...
E eu queria, queria tanto que fosse você a pessoa que ia limpar toda essa sujeira, mas eu nunca tive certeza se você não era parte dela.
Você logo vai embora de novo, enquanto eu assisto você levar partes de mim que eu nunca senti falta, porque apesar daquela dor discreta, quando você parte com minhas partes, nosso amor não vale nem um curta-metragem, não tem beijo, não tem ar, saliva, e nem uma ousadia pra poder te segurar.
Ju Zonatto e Benhur Bortolotto
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Hunf
Postado por Ju às 9:06 PM 0 comentáriosDiz baixinho que não vai demorar. Já disse, não escreva, faça, sem prazos de validade. O tempo das dúvidas acabou.
Lícito ou não, de imediato é assim, você e eu. Que eles não aceitam? Sim, eu sei. Tudo que é convencional não aceita. Porque vivemos no exagero, alimentados pelo fantástico. Mas vamos cair no real, o que seria todo o resto perto do que somos nós dois?
Pare o mundo, dê teu último suspiro, só nos somos o que há de constante. A distância não é amiga. Fiz juras de adiá-la até o dia em que o nosso conto saísse do plano surreal e dias como aqueles tornassem diários. Sou 100% impotente nessa história.
Querer aqui não é poder. Fazer o quê com esse sentimento desenfreado que segue dominando repertórios? Fomos podados de toda nossa razão.
Cadê você agora para me dizer "relaxa"? Essa última palavra é algo que já não consigo. Não pareço ser eu mesma. Dessa vez eu me preocupo com tamanha intensidade. Ando querendo me proteger.
Não, ocultar. Essa é a palavra que mais faz sentido agora. Ocultando sentimentos, enquanto eu oculto a minha vontade se sair gritando teu nome. Talvez seja tarde. Talvez a data da devolução já tenha encerrado. Pra quem eu envio a carta de reclames do produto? O manual não inclua nenhum termo de "dependência".
Eu ando cansada dessa tal insegurança e do seu jogo de esconde-esconde.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Pouco, muito, tantos sentimentos.
Postado por Ju às 7:01 PM 0 comentáriosEu nunca soube viver sem ser um pouco polêmica, um pouco odiada, um pouco amada, um pouco estranha, um pouco desejada, um pouco pouco. O problema é que você me fez ser um pouco muito, e lá vou eu mudar tudo e ser um pouco muito polêmica, um pouco muito odiada, um pouco muito amada, um pouco muito estranha, um pouco muito desejada, muito muito.
E foi tanto tanto que eu mal me acostumei. Então agora eu só sei ser pouco muito tanto estranha, por isso que eu não sei exatamente o que fazer com nós dois... Porque eu fui pouco muito tanto amada nas horas que eu não eu fui pouco muito tanto odiada que tudo que eu sei é que realmente eu fui um pouco muito tanto desejada. Então eu sei de verdade que os teus sentimentos não tinham nada de pouco, era muito, era tanto.
Então, eu não sei ao certo se eu sinto pouco, muito ou nem tanto sua falta, eu só sei que eu quero ouvir tua voz, eu quero saber que você está bem, eu quero ter certeza que a gente deveria ficar junto, exceto pelo fato de que a gente não consegue ficar junto, eu só quero saber que eu te amo e você troca isso com amor também.
Não importa mais quantos poucos, muitos ou tantos capítulos ainda estão por vir, eu só quero que a gente continue sentindo. E depois de poucos, muitos, tantos trechos que poderiam ser, agora tem um texto que foi feito inteiramente pra você.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
O lado sujo
Postado por Ju às 10:39 AM 0 comentáriosExistem seis bilhões de pessoas no mundo e parece que existe um questionamento de cada uma delas dentro da minha cabeça. Para todas elas, eu tento buscar uma resposta, mas é como se todas essas pessoas estivessem falando, dando opiniões, fazendo uma confusão que foge do meu controle arrumar. Insistentemente, eu tento manter uma coerência, mas me carrega pra uma maníaca obsessão de por um ponto final, sem sucesso, e eu me desligo de mim mesma.
Eu fico assim, vivendo anestesiada, fugindo de todos os meus dilemas, das minhas responsabilidades, de mim mesma, vivendo num completo vazio. Um vazio sem cor, onde cortes são sangram e nem doem, onde as relações se perdem, a emoção não existe. É o verdadeiro desprendimento do meu eu, que me transforma na ferida que mais dói, me tornei uma morta-viva.
Com isso tudo, surgem alguns psicomazoquistas que querem desafiar toda essa complexidade que eu me tornei e se apaixonam por toda minha dor, quando o que eu procuro é jogar ela em um saco e fazer voar pra longe daqui. Mas o que me sobra?
Existem seis bilhões de pessoas dentro de mim, e pelo menos metade delas me perguntam: aonde eu vou me encontrar?
domingo, 26 de abril de 2009
Sranje
Postado por Ju às 12:26 AMEu acho que não tá certo, você não sabe se vai ou se fica, se me deixa no banho-maria ou se me come ás duas da manhã. Acho que já passou da hora, nosso amor expirou a validade, caiu, morreu, quebrou... Nem mesmo aquela camisola velha ficou no seu armário pra revelar as entranhas de nós dois.
E mesmo quando ainda restava um chorinho pra gente compartilhar eu já sabia, porque quando a gente tem mania de keep trying, and trying, and trying é porque ta faltando um pólo positivo, e meu amor, o que que você tem de positivo?
Meu eu nunca entrou em conflito, mas bastou você chegar e faz do meu hipotálamo picadeiro, ta achando que esse corpinho é circo? Eu não sei mais o que te dizer, mas eu não gosto mais dessa melação, de hoje em diante eu só conto histórias e faço enredo pra tua masturbação.