quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Silêncio

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Quando eu tinha os meus 15 anos, eu detestava o silêncio, pra mim era incômodo calar meus instintos. Os anos se passaram, as pessoas calaram até os ouvidos e agora noto que acabei me tornando uma daquelas pessoas silenciosas.
Ás vezes eu procuro nos meus cadernos velhos sobras de tudo que eu queria ter dito, vejo páginas arrancadas e me lembro das coisas que eu disse e ninguém ouviu, e a medida que eu fui trocando, vejo que o silêncio foi ficando mais intenso, e as páginas em branco passaram a ser mais recorrentes.
O silêncio, o maldito silêncio que eu odiava nas pessoas, que me fazia achar que elas eram vazias porque não gritavam pro mundo a porra da insatisfação que elas sentiam, que me fazia achar que elas eram frias porque quem em sã consciência iria ver o amor fugindo e não lutaria, essas pessoas que eram silenciosas demais, esse silêncio que acabou tomando conta de mim e me faz esconder das pessoas o tamanho de tudo que tem dentro de mim, e eu tenho vontade de falar tanta coisa, mas é assim que é, dolorido e solitário ser gente.

domingo, 16 de agosto de 2009

Outra vez

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Eu não me surpreendo mais quando, sem nem notar, passo uma rasteira no que me causa alguma dor. Foram anos que me deixaram forte os que passaram, e eu nem me reconheço mais quando me pego chorando por uma causa que é só minha.
Foram esses anos que me mostraram que eu não era dona da culpa. A minha vontade de buscar mais e mais felicidade nunca foi pequena, então nunca coloquei limites nos meus pés pra ir atrás dela... Eu já nasci acompanhada da lição de vida, ela me deu muita porrada e me disse que não era pra eu me acostumar com o que é pouco, então eu cavo na procura de mais, pra poder me fazer inteira. Meu único medo é ter medo de correr o risco, de perder minha coragem, de me sentar e aceitar que não deu certo. Eu nunca tive vergonha de sofrer, tenho vergonha é de aceitar qualquer coisa, o pequeno, de esquecer de cuidar da mulher que cresce dentro de mim.
Então ontem eu estava quebrada, hoje eu junto os pedaços e amanhã eu coloco a mochila nas costas mais uma vez.
 

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