quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dois

Quando é tarde e passeio pela cidade olhando para o mar azul escurecido, demarco o território que nós percorremos refazendo os nossos passos.
Conto-os: três, quatro, seiscentos e seis, mil e cinqüenta e quatro...
Onde caminhamos lado a lado, repito os passos duas vezes. Onde brigamos, dou a volta e os desfaço. Onde você me levantou e girou no ar, rodopio. Onde nos beijamos, paro.
Fundo: este é o nosso espaço. Um milhão trezentos e setenta e três.
Além dele está a tristecidade. Cá dentro, mora o para sempre. Penso em um nome diferente do seu para batizá-lo. Fico com o seu mesmo.
Depois que abril passou, acho que todos os meses posteriores foram frios.

Moro na felicidade e sempre é quente. Daqui, noto. Há um limite ali. Um rio, uma montanha, um lago, algo que divide nossos estados de espírito. Agora, estou eu. Afora, está você.

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